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O QUE O GRÊMIO/RS DEVE APRENDER COM O PALMEIRAS


Um dos momentos mais importantes, e também mais difíceis, de minha carreira se deu em 2002, quando assumi a Assessoria de Imprensa do Palmeiras. E quem acompanha o futebol já sabe o que aconteceu naquele ano: o Verdão foi rebaixado para a Série B do Brasileirão, sendo o primeiro dos grandes clubes do País – ao lado do Botafogo/RJ – a sofrer tamanha vergonha.


Desde então, toda vez que o assunto vem à tona, aparece alguém que me pergunta: “Por que o Palmeiras caiu?”. E minhas resposta é sempre a mesma: “Principalmente porque ninguém – jogadores, treinador, membros da comissão técnica, dirigentes e até mesmo torcedores – acreditava que iria cair”. Eu mesmo, na manhã do domingo decisivo, quando jogamos contra o Vitória/BA no Barradão, dei uma entrevista à Rádio Bandeirantes e disse ao então repórter Leandro Quesada: “Eu queria que o jogo fosse agora, e não só à tarde. Assim, já ganharíamos logo e acabaríamos com esta história de rebaixamento”. O jogo terminou 4 a 3 para os caras.


Lembrei-me disso tudo porque, hoje, um outro grande clube passa por um momento praticamente idêntico. Atual vice-campeão da Copa do Brasil, o Grêmio/RS cumpre uma campanha ridícula neste Campeonato Brasileiro e suas chances de sofrer o rebaixamento – no caso, o terceiro! – são muito grandes. E se muitos não conseguem entender como uma equipe que conta com jogadores do nível e da experiência de Rafinha, Pedro Geromel, Kannemann, Lucas Silva, Douglas Costa, Ferreira, Diego Souza e Borja pode estar tão perto de um novo vexame, também ninguém entendeu, em 2002, como um time que contava com nomes como Marcos, Arce, Léo Moura, César, Zinho, Muñoz, Dodô e Nenê pôde ser rebaixado.


Os discursos também são quase idênticos. No Verdão de 19 anos atrás, todas as entrevistas concedidas falavam a mesma coisa – que o pior não iria acontecer. “Afinal, somos grandes”, dizíamos todos. Hoje, mesmo após sucessivas derrotas, o técnico Vágner Mancini e o vice de futebol Dênis Abrahão seguem na linha de que escapar só depende do próprio Grêmio/RS. Outra semelhança: no Palmeiras, sempre se acreditava que a vitória viria na próxima partida ou, então, se fazia contas tipo “faltam tantos jogos, tantos são em casa; se ganharmos tantos, não cairemos”. Só que nunca – ou quase nunca – o alviverde ganhava, e agora é o tricolor gaúcho que se utiliza da mesma matemática, aliás nada exata, para se convencer de que ainda dá.



Mas para que dê, além de transformar em concretas as hoje ainda apenas possíveis vitórias (e serão necessárias pelo menos cinco em sete jogos), o Grêmio/RS terá de fazer em 2021 algo que o Palmeiras não fez em 2002: calçar as sandálias da humildade. Se estes dois fatores não acontecerem, Cruzeiro/MG e Vasco da Gama/RS terão um adversário de luxo na Série B de 2022.



Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 15 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br




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