“Ah, vira, virou, meu coração navegador...”
A frase acima, refrão da música “Vira, Virou”, da dupla Kleiton e Kledir, não sai da cabeça de todos os palmeirenses desde domingo. Afinal, após a derrota para o Santos por 1 a 0, na Vila Belmiro, só uma vitória por pelo menos dois gols de diferença garantirá ao Verdão o segundo tricampeonato paulista de sua história. Se ganhar por apenas um gol, a decisão será nos pênaltis, palavra esta que todos os alviverdes tremem apenas ao ouvir ser pronunciada.
Porém, para que uma virada verde seja possível, precisarão os comandados por Abel Ferreira entenderem que da mesma forma que não se deve jogar um clássico como se fosse apenas um jogo qualquer, não se deve jogar uma decisão como se fosse apenas um clássico qualquer. E, sabe-se lá por que, foi desta forma que o Palmeiras encarou a primeira partida decisiva deste Paulistão.
Daí que a derrota, que colocou fim a uma invencibilidade que já durava 20 jogos, foi por este aspecto merecida. Até porque o Peixe atuou de forma completamente oposta: ciente de sua inferioridade técnica e de que apenas um triunfo em sua casa lhe manteria com chances de ser campeão, disputou cada jogada como se fosse a última - ou a única.
O bom para o Palmeiras é que, mesmo assim, nem de longe sofreu uma grande pressão ou escapou de uma goleada. E o motivo é simples: o time de Fábio Carille jogou no domingo tudo o que poderia jogar, e esse "tudo" foi capaz de conseguir apenas o que conseguiu – um magro 1 a 0, e ainda assim obtido muito mais devido a erros adversários do que a méritos próprios.
Por outro lado, se existe um treinador que sabe armar esquemas defensivos muito eficientes e, o que é para ele ainda melhor, não tem a menor vergonha de jogar numa retranca à Juventus dos tempos de Milton Buzzetto, este treinador é Fábio Carille. Foi montando suas equipes exatamente como montará o Peixe domingo que vem, diante de cerca de 40 mil palmeirenses, que ele faturou três títulos estaduais e um Brasileirão pelo Corinthians. E isso certamente será um problemão para o alviverde.
O Palmeiras de Abel se autodefine como “time da virada”. Resta saber se o técnico do Santos permitirá que ela mais uma vez aconteça.
Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 35 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br.