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  • Foto do escritorFutebol em Rede

É DIFÍCIL VENCER QUANDO NÃO SE QUER GANHAR


Quando um não quer, dois não brigam.


Quem se acostumou a ver o Flamengo/RJ em decisivos jogos e seguidas disputas de títulos nos últimos anos, quase caiu da cadeira ao assistir à final da Copa do Brasil deste ano. E quem estivesse mal informado e não soubesse que a vantagem do empate pertencia ao São Paulo certamente pensaria que o clube carioca estava jogando para empatar – aliás, foi assim que atuou em praticamente toda a partida.


Mesmo levando em conta o bom esquema de marcação montado por Dorival Júnior e o insuportável e inadmissível calor que castigou a Capital paulista neste primeiro domingo de Primavera, o fato é que para uma equipe que precisava vencer por dois gols de diferença para faturar a taça ou, pelo menos, de uma vitória simples para levar a decisão às cobranças de pênaltis, o rubro-negro pouco ou quase nada atacou. Não à toa, seu gol – que abriu o placar no Morumbi – foi fruto muito mais da sorte do que da competência.


E por que jogaram tão mal os flamenguistas, aliás talvez até mesmo pior do que já haviam jogado no Maracanã? Elementar, meu caro leitor: por que não suportam o técnico que mal os comanda e pior ainda os treina. Aliás, Gabigol, Arrascaeta, Gérson e que tais não são os primeiros: em quase todos os clubes pelos quais passou e até mesmo na seleção da Argentina, Jorge Sampaoli se tornou insuportável após poucos meses de trabalho. Sua média até que brigas com jogadores e queda de rendimento geral comecem a acontecer gira em torno de quatro meses. Rogério Ceni, hoje no Bahia/BA, também é mais ou menos assim, mas com uma diferença: foi um goleiro excepcional, enquanto o argentino apenas e tão somente um medíocre lateral-direito que passou a maior parte de sua trajetória atuando em equipes amadoras de seu país.


Então, o Flamengo/RJ jogou para não vencer? Difícil cravar com toda a certeza, mas que a imagem que ficou foi esta não se pode discutir. Ao apresentar, mais uma vez, o pífio futebol que vem apresentando desde o episódio em que um dos membros da comissão técnica fixa do treinador desferiu um soco na cara do centroavante Pedro, o clube do Rio de Janeiro praticamente entregou a Copa do Brasil para o Tricolor que, como não tinha nada com isso, soube muito bem aproveitar o presente e, com todos os méritos – repito: com todos os méritos – garantiu aquela que, até este domingo, era uma conquista inédita em sua gloriosa história.


Agora, o presidente Rodolfo Landim e o diretor de futebol Marcos Braz parecem não ter opção: ou se curvam aos mesmos jogadores que não se entregaram em campo o quanto deveriam e dão um pé na bunda de Sampaoli, mantendo desta forma as chances de o Flamengo/RJ conseguir ao menos uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores ou, então, seguram o técnico pelo menos até o fim deste ano e ficam nas mãos destes mesmos atletas que, parece evidente, não estão nada a fim de vencer enquanto forem comandados por ele.


De uma forma ou de outra, a verdade é uma só: ao que tudo indica, o Real Madrid/ESP vai continuar esperando por um bom tempo.

­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br.



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