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VP JÁ CAIU. ELE SÓ AINDA NÃO SABE.


Vida de treinador não é fácil.

Em 1995, num jogo válido pelas quartas de final da Libertadores, o Palmeiras levou de 5 a 0 do Grêmio/RS, em Porto Alegre/RS, resultado que nem mesmo o mais fanático de todos os palmeirenses acreditava ser possível reverter. Para piorar, no domingo seguinte, o Verdão começava as finais do título do Campeonato Paulista com o Corinthians. Ou seja: duas decisões em duas semanas.

O primeiro jogo contra o Timão terminou empatado por 1 a 1, com o ex-corintiano Nílson marcando para o Palmeiras já nos acréscimos do segundo tempo. O feito deu uma incrível injeção de ânimo da equipe que, na partida de volta contra os gaúchos, no Palestra Itália, venceu de virada por 5 a 1. E mesmo sendo eliminada pelo saldo de gols, saiu de campo aplaudida por seus torcedores.

Na época setorista do Palmeiras pelo jornal A Gazeta Esportiva, obtive a informação de que se a equipe não ganhasse o tricampeonato estadual no domingo seguinte o então treinador, Carlos Alberto Silva, seria demitido (senão imediatamente, pelo menos pouco tempos depois). No dia seguinte, a GE escancarou uma foto do famoso técnico sob a seguinte manchete: “O Título ou a Rua”. Ele, claro, ficou possesso comigo, e chegou até mesmo a me ironizar publicamente em várias entrevistas seguintes. Bem, na grande decisão daquele Paulista, o Timão venceu por 2 a 1 com um gol de Elivélton já na prorrogação, impedindo assim o tri alviverde.

De fato, Silva não perdeu o emprego imediatamente após a derrota em Ribeirão Preto/SP, e inclusive começou o Campeonato Brasileiro no comando do Palmeiras. Porém, mesmo com uma campanha bastante positiva no torneio nacional – 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas nas primeiras 14 rodadas –, caiu após uma vitória – isso mesmo: uma vitória! – por 2 a 1 sobre o Goiás/GO. O período em que foi sendo “fritado” pela diretoria foi exatamente o mesmo que Wanderley Luxemburgo levou para convencer os dirigentes do Paraná Clube/PR a o liberarem para retornar ao Verdão.

Lembrei-me desta história após o fracasso do Flamengo/RJ neste começo de 2023. A perda do título da Supercopa do Brasil para o Palmeiras e o fracasso no Mundial Interclubes no Marrocos não foram, e nem poderiam ser, bem digeridas pela diretoria e muito menos pela torcida, que velada ou escancaradamente responsabilizam o recém-chegado Vítor Pereira por ambas as derrotas. Além disso, o treinador já começa a angariar antipatizantes dentre os jogadores, já que sua personalidade extremamente forte e sua arrogância ainda maior irritam os boleiros. Situação idêntica já tinha sido vista em sua passagem pelo Parque São Jorge.

Ainda neste mês, o rubro-negro carioca terá uma outra taça a disputar – a da Recopa Sul-Americana, contra o Independiente Del Valle/EQU. E mesmo que faça valer seu imenso favoritismo e vença a disputa, é certo que o português já está com seus dias contados no clube, até porque os maiores objetivos da equipe nesta temporada (Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão) ainda estão por vir e, como sempre, seu compatriota Jorge Jesus é um fantasma constante pelos lados da Gávea.

Como eu disse acima, vida de treinador não é fácil. Mas me lembrando de como é e, principalmente, de como age Vítor Pereira, tem alguns que a merecem.

­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br



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