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  • Foto do escritorFutebol em Rede

Serginho Chulapa, Roberto Carlos e Paulo Machado de Carvalho já foram Federer por um dia

Rodou o mundo, ou como dizem atualmente, viralizou a imagem de Roger Federer sendo barrado sem credencial na Sala dos Atletas durante o Aberto da Austrália, em Melbourne. Ele foi barrado com muita educação por um fiscal, não tentou entrar a força, não ficou nervoso, nem xingou o segurança e nem gritou: “Você sabe com quem está falando? Sou um dos maiores jogadores de tênis da História. Você sabe quantos títulos eu tenho?” Nada disso, ficou esperando o seu pessoal chegar e daí com credencial adentrou o recinto com toda a naturalidade do mundo. Pois saiba que algo parecido já ocorreu com Serginho Chulapa, Roberto Carlos e o Dr. Paulo Machado de Carvalho.

Num clássico, no Morumbi, Serginho foi barrado pelo porteiro no portão principal do estádio. Ele sempre entrava tranquilamente pelo fato de ter jogado no São Paulo e ser o maior artilheiro da história do clube. Serginho que às vezes explodia no campo, mas fora do campo não era assim, ficou lá do lado esperando que alguém o reconhecesse e o colocasse para dentro.

Nisso o Wanderley Nogueira, que estava comigo na jornada da Jovem Pan, o viu e foi lá: “E aí, não vai entrar, não? E o Serginho: “O porteiro me barrou, disse que não me conhece, estou esperando alguém da diretoria me liberar. Sem problema”

O repórter olha para o porteiro: “O senhor sabe quem é ele? Venha cá” e leva o homem até um quadro que ainda deve ter no Morumbi onde estavam os maiores artilheiros da história do São Paulo: “Ele é esse aqui, o primeiro, esse de cima é o Sergio Bernardino, o Serginho Chulapa, você barrou o artilheiro do time”. E o porteiro: “Poxa, seu Wanderley, eu nunca tinha visto o Serginho de perto”. No fim acabaram se abraçando e Serginho não precisou de credencial especial para ter o seu dia de Federer. Ou seria, Federer num dia de Serginho?

Roberto Carlos, ídolo do Real Madrid, na época o estrangeiro que mais tinha jogado com a camisa merengue, acho que agora Marcelo o superou, tinha ganhado tudo pelo clube e de passagem pela capital espanhola, é claro, resolveu rever amigos e o velho estádio Santiago Bernabeu. Ele contou isso numa entrevista justamente quando eu dizia: “Roberto Carlos quando chega no Santiago Bernabeu tem tapete vermelho, é só pisar e entrar” e ele do outro lado da linha: “Não é bem assim, outro dia cheguei lá e o porteiro me barrou. Liguei para o presidente e ele me liberou, mas pedi para não fazer nada com o senhor da portaria. Ele estava certo. Tem que cuidar mesmo”. Roberto Carlos em dia de Federer ou seria Federer em dia de Roberto Carlos?

Dr. Paulo Machado de Carvalho é o nome oficial do Estádio do Pacaembu. Essa história já foi muito contada e muito conhecida, mas é muito boa. Dr. Paulo tinha um tipo de passe especial, entrava a hora que queria no Pacaembu, até pelo seu passado como bicampeão do mundo na Seleção como comandante nas campanhas vitoriosas de 58-62. Mas nunca foi de carregar muita coisa no bolso e muito menos o tal passe especial.

Chegou ao Pacaembu e já ia entrando quando foi barrado pelo porteiro: “Onde o senhor pensa que vai? E tentou se explicar: “Olha, eu sempre entro por aqui, não tem problema, eu sou o Dr. Paulo Machado de Carvalho”. Aí nasceu uma das maiores pérolas do Pacaembu: “O quê? O senhor é o Dr. Paulo Machado de Carvalho, está querendo me enganar, esse é o nome do estádio, agora é que o senhor não entra mesmo”.

A questão foi resolvida rapidamente e o porteiro não sabia como pedir desculpas por ter barrado o “Estádio”. Dr. Paulo riu da história, mas disse que o porteiro fez o seu trabalho. Ele estava certo. Dr. Paulo Machado de Carvalho viveu um dia de Federer ou Federer viveu um dia de Paulo Machado de Carvalho. Pode escolher. Isso acontece mais do que imaginam.

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