top of page
  • Foto do escritorFutebol em Rede

SAUDADES DE MIM

SAUDADES DE MIM. Hoje é 21 de setembro, véspera da Primavera e DIA DO RADIALISTA. Eu sou do rádio até a medula. Tudo o que sou, que fiz, que ganhei na minha vida, devo ao rádio. Nessa foto do Diário de Piracicaba, de 1980, pouco antes de vir pra São Paulo trabalhar na Rádio Gazeta, estou de barba e cabelos pretos ao lado de Duarte Yamanaka e Wanderley Albuquerque, dois grandes profissionais do rádio piracicabano. Estávamos inaugurando a Delegacia do Sindicato dos Radialistas na cidade.



A ditadura estava agonizando, mas ainda existiam tentáculos espalhados Brasil afora. Lembro da luta dos radialista para aprovar a lei 6.615, de 16 de dezembro de 1978, num momento convulsionado, em Brasília. O Sindicato de São Paulo com o Freitas à frente tomou as rédeas da situação e fez a lei passar regulamentando a profissão no país. A luta desse pessoal foi penosa. Hoje tudo está mais fácil. Até falar mal do governo. Na época ainda corria o risco de sumir, mas o país estava mudando sentindo que a barca militar só fez nos afundar mais.



Sou da época que os estudantes jogavam bolinha de gude ou mamona para derrubar os cavalos junto com os policiais cavalarianos da “heróica” tropa piracicabana. Coitados. Dos cavalos, é claro. Quando quebravam a perna eram sacrificados em nome da nossa irresponsabilidade. E era mesmo uma irresponsabilidade. Imagine eu, apenas 22 anos de idade, virando delegado do Sindicato, em Piracicaba e fazendo campanha para os colegas se associarem. Quem esse moleque pensa que é? Até em greve se falava.



Participei desse movimento embora distante de São Paulo, e talvez de forma mais discreta, e também dos protestos pela morte do Rio Piracicaba, sufocado em suas bonitas águas pela poluição. Depois o Corinthians fez muito isso nas Diretas Já, mas me lembro do nosso XV entrando em campo com a faixa: “SALVEM O RIO PIRACICABA”. Foi a primeira vez que vi esse movimento no futebol. Eu já era repórter esportivo na época.



Aí quando falo de política nas minhas Redes Sociais aparecem sempre aqueles comentários de gente obtusa. Fale só de futebol, é disso que você entende mais ou menos. Adoro futebol, é minha vida, mas desde os primórdios sempre me portei como cidadão. Parafraseando Charlie Chaplin: “Não sou comunista, não sou socialista, não sou direitista, sou Humanista”, mas também um pouco Anarquista.




bottom of page