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QUANDO QUEM GANHA É O FUTEBOL


Ainda bem que o Fluminense/RJ ganhou a Libertadores.

Dizem – e eu concordo plenamente com quem diz – que a única coisa impossível neste mundo é Deus errar. Porém, quando se tratam dos deuses, aqueles do futebol, vez ou outra eles pisam na bola. Um exemplo: que graça teve a Holanda perder a final da Copa de 1974 para a Alemanha? Enquanto os comandados por Rinus Michels encantaram o mundo com um estilo de jogo inovador e encantador, o burocrático time que tinha no genial Beckembauer sua estrela maior nada mais fazia do que jogar algo até parecido com futebol, mas que na verdade talvez nem fosse futebol.

Acham pouco? Pois bem: segue outro exemplo, este sem dúvida alguma o maior pecado que os tais deuses já cometeram na história do jogo de bola. O Brasil de 1982 tinha uma equipe tão fantástica que simplesmente até hoje, passados mais de 40 anos desde aquela partida no Estádio Sarriá, em Barcelona/ESP, ninguém consegue explicar como uma equipe que tinha nomes como Leandro, Oscar, Júnior, Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico e Éder, todos comandados por ninguém menos do que Telê Santana, foi capaz de ser eliminada pela horrível Itália, e nas quartas de final daquela Copa.

Por isso, não escondo de ninguém que torci muito para o Fluminense/RJ ganhar esta Libertadores. Não que o grupo que tem à frente Fernando Diniz seja um suprassumo do futebol – longe disso, até. Mas, pelo menos, chegou à grande decisão jogando futebol, algo que o Boca Juniors/ARG, se o fez, conseguiu apenas na Primeira Fase, única etapa da competição em que apresentou números superiores à equipe brasileira (13 pontos, contra apenas 10).

Uma irrefutável prova de que os vice-campeões sul-americanos abdicaram de jogar futebol foi a campanha que tiveram a partir do momento em que o torneio passou a ser eliminatório. Tanto nas oitavas quanto nas quartas e também nas semifinais, o time argentino não venceu um único jogo, tendo empatado todos os seis que disputou. A classificação à grande final do último sábado, no Maracanã, só se deu porque os “bosteros” têm em sua meta uma espécie de Cássio da Argentina, o tal do Romero, um especialista em defender penais – dos 12 que lhe cobraram nas três fases, ele pegou sete. Mas bola, que é bom, o Boca não jogou. Assim, se pensarmos bem, que ganhou a Libertadores/2023 não foi apenas o Tricolor carioca, mas sim o próprio futebol.

Graças aos deuses.

­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 35 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br.



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