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  • Foto do escritorFutebol em Rede

O futebol está cheio de histórias de compra e venda de jogos.

A Máfia das Apostas tem escandalizado a todos no Brasil. Não é de hoje. Vários países convivem com esse problema e tentam regular da melhor forma possível essa relação. Mas a Máfia se aprimora para burlar a lei. É a eterna luta do bem contra o mal que vem desde antes de Cristo, que veio, deu exemplos, mas foi vítima, segundo as Escrituras, de uma venda. Judas, um de seus companheiros de pregação e adorado discípulo, o vendeu por 30 dinheiros. Pelo menos teve a "decência" de se arrepender e se matar. A seu favor é que pelo menos vendeu mercadoria de primeira qualidade.



Na Itália todos jogam. De jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes e gente da imprensa também. Eu não gosto de jogo nenhum a não ser futebol. Isso não quer dizer que sou melhor que os outros. Não jogo baralho, não jogo na loteria, não entro em site de apostas. Se nem em bingo consigo ganhar alguma coisa porque que vou gastar dinheiro para outros ganharem? Mas tem muita gente que joga normalmente e é muita honesta. Citei a Itália porque um dia um conhecido atacante me disse: "Às vezes acontecem alguns lances que deixam dúvidas. Não posso acusar ninguém, mas aqui na Bota todo mundo faz sua fezinha. Será que alguém do meu time jogou contra nós?"



Tuta, que depois jogou no Palmeiras e em vários times por aqui, conta que quando atuava no Veneza quase apanhou dentro de campo porque fez um gol, o que era sua função de centro-avante. Daí ele percebeu que tudo estava negociado para não acontecer. Nesse caso o time todo sabia e não o avisaram. O jeito foi sair rapidamente de lá. O local estava tão podre quanto as águas dos canais venezianos.



Kazuo, japonês que ganhou fama no Santos, por nunca querer parar de jogar (está em atividade até hoje) e por ser japonês jogando bola no Brasil na época, passou pelo mesmo problema num jogo contra o XV, em Jaú. De repente sobrou uma bola na entrada da área e meteu na trave. Gritaram em uníssono: "Tira o Japa. Ele vai estragar tudo".



Lê jogou no São Paulo e na renovação de contrato quiseram rebaixar o seu salário. Quando veio da Inter, de Limeira, os inteligentes dirigentes do tricolor puseram uma cláusula que ganharia igual Careca, que tinha saído para o Napoli, se fizesse um determinado número de gols. Careca foi muito mais jogador que Lê, que nem era centro-avante, mas o baixinho ultrapassou a média contratual e na hora de renovação decidiram rever essa cláusula.



Lê foi para a Portuguesa e saiu de lá no intervalo de um jogo porque teve o atrevimento de fazer um gol que não era para fazer. Quebrou o acordo de alguém. Ele contou essa historia numa entrevista exclusiva ao "FUTEBOL EM REDE". A matéria está no Youtube. É só checar: https://youtu.be/idVy1G5o9Gs



Uma vez, em Piracicaba, iam jogar XV e Santos. O Nho Quim precisava de um ponto e o Santos já era campeão do turno. De repente veio a mensagem do lado santista: "Avisa o Moacir Bombo que a gente não vai e ele não vem". Placar final: 0X0". Moacir Bombo citado era diretor do XV de Piracicaba e tinha amizade com o pessoal da Vila Belmiro.



Há muitas histórias no futebol. O ex-árbitro Emídio Marques Mesquita me disse certa vez que um determinado árbitro estava escalado na década de 60 para apitar Corinthians x Palmeiras, que desde que existiu sempre foi um clássico efervescente. No sábado, véspera do jogo, o presidente do Palmeiras recebeu um telefonema do árbitro convidando-o para jantar. Meio desconfiado aceitou.



Quando chegou no Restaurante marcado deu de cara com o presidente do Corinthians. Diante da situação constrangedora o citado árbitro foi rápido: "Calma, eu convidei os dois. O negócio é o seguinte. Quanto é que vocês me pagam pra apitar honestamente, para não roubar para ninguém?". Não se sabe se toparam, mas não houve reclamação de parte à parte naquele jogo, segundo Emídio. Vai saber, não é?







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