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Morelos é o mico da gestão Marcelo Teixeira



O Santos é finalista do Campeonato Paulista. Ganhou o jogo de ida, por 1 a 0, na Vila Belmiro, contra o rival Palmeiras.

Domingo próximo, a final, no Allianz Parque.

Trata-se da ressurreição de uma equipe que dia 6 de dezembro de 2023, há três meses, perdia para o Fortaleza, em casa, e era rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Rebaixamento inédito de um clube onde o Rei Pelé jogou e fez história.

Queda que se deu, é bom que se lembre, exatamente no ano que começou com o velório do Atleta do Século, o maior de todos os tempos, sendo realizado no gramado da vila mais famosa do mundo.

Era final da gestão de Andrés Rueda, que não quis concorrer à reeleição.

Ainda bem para ele, Andrés Rueda, pois caso quisesse, seria massacrado nas urnas.

O seu mandato foi um desastre para o futebol do alvinegro praiano. Ele se defende dizendo que, durante os três anos em que esteve no comando do clube, tratou de colocar as finanças do Santos em dia.

- Quando assumi, o clube tinha uma dívida de R$ 650 milhões. Paguei R$ 450 milhões. No Parcelei o restante. No futebol, reconheço, não tive sorte -, foi o que disse em entrevista dada a este repórter/colunista, há um mês.

Foi a única vez que aceitou falar com a imprensa após sair da presidência.

No clube, há quem clame pela sua expulsão do Conselho Deliberativo.

Exigência para que a exclusão ocorra já tramita nos órgãos de fiscalização do Santos FC.

O fato é que Marcelo Teixeira, que assumiu a presidência, pela terceira vez, teve de montar um novo time para a disputa do Paulistão.

Foram quase duas dezenas de contratações.

O time, sob o comando de Fábio Carille, mesmo oscilando, não demorou para mostrar resultados positivos.

Agora é finalista da competição.

A trajetória vitoriosa do time motivou a torcida, que vem batendo recordes de comparecimento nos jogos realizados na Capital.

Porém, há problemas.

Melhor, um grande problema.

O atacante Alfredo Morelos, colombiano, contratado ano passado, pelo diretor de futebol Alexandre Gallo, que segue no cargo na gestão de Marcelo Teixeira, chegou acima do peso e, quatro meses depois, continua fora de forma.

Resumo da confusão: O atacante Julio Furch, argentino, saiu de campo machucado no primeiro confronto com o Palmeiras.

Mesmo lesionado, terá de enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque, domingo.

Isso porque o técnico Fábio Carille não confia em Morelos.

Lento, Morelos, sempre que entra, é facilmente marcado e dominado pelos adversários.

Cede contra-ataques frequentes, por não conseguir se desvencilhar da marcação.

Uma fonte que vive o dia a dia do Santos e que tem trânsito livre no Departamento Médico do clube, foi objetivo ao responder à pergunta que este repórter lhe fez sobre a condição física de Morelos.

Eis o diálogo:

- Bom dia. O Morelos está lento, sem mobilidade. Está visivelmente acima do peso. Ele foi contratado ano passado e até hoje não conseguiu entrar em forma. O que acontece com ele? –

- Bom dia, Wladimir, seus questionamentos também são os meus -, respondeu.

A fonte tem muita experiência no futebol.

Ou seja, apesar de o time estar na final do Campeonato Paulista, tem de conviver com a contratação de Morelos, estranha, para dizer o mínimo.

Morelos começou no Independiente de Medellin, onde atuou de 2014 até 2015. Depoos, atuou no HJK, da Finlândia, de 2016 a 2017. Foi para o Rangers, da Escócia, onde teve duas passagens, de 2017 a 2018 e de 2019 a 2022.

Em 2023 foi contratado pelo Santos, para ganhar R$ 900 mil reais mensais. O Santos ainda pagou para o jogador R$ 400 mil de luvas e mais R$ 200 mil para o seu empresário.

Para continuar no Santos e disputar a Série B, teve de se adequar à política salarial do clube e teve o seu salário reduzido para R$ 355 mil mensais. E recebe R$ 10 mil por gol que marca. Como já marcou dois gols com a camisa do Santos, seu salário atualmente é de R$ 375 mil.

Pelo acordo, no final do ano voltará a ganhar R$ 900 mil por mês, independentemente se o Santos voltar à Série A do Brasileirão, ou não.

O Santos já tentou emprestá-lo ou até negociá-lo em definitivo.

Não apareceu nenhum clube disposto a fazer o negócio.

O que significa que Morelos é o grande mico da gestão Marcelo Teixeira.


Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol. 

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