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  • Foto do escritorFutebol em Rede

ENTROU DE GAIATO NO NAVIO


A esperada entrevista coletiva de Ronaldo Nazário ( Foto - @Cruzeiro/orodrigosanches ) no Cruzeiro deveria ter como fundo musical o melô do marinheiro dos Paralamas do Sucesso. O Fenômeno com cara de marinheiro de primeira viagem fez justiça a letra da música. “Aceitei, me engajei e fui conhecer a embarcação”. “Tá vendo essa sujeira bem embaixo dos seus pés, deixa de moleza e vai lavando esse convés”. A diferença é que o navio que Ronaldo entrou de gaiato está mais para Titanic e ele ainda pode pular fora do barco.


Ronaldo com cara séria, não sorriu em nenhum segundo. Camisa preta nem seria apropriada para representar o Cruzeiro, a não ser que a ideia era deixar evidente a situação caótica. Durante a conversa até faltou luz no banner publicitário. Não era sinal divino do caos, a luz voltou. A coletiva deveria ser esclarecedora, mas coletiva nunca esclarece nada porque não há lógica de raciocínio nas perguntas. A pauta era de Fabio ao Titanic, mas o que ficou evidente, Ronaldo revira gavetas em busca dos destroços do Titanic e pode sim pular do navio.


Sobre o Fábio, Ronaldo jogou a banana na direção do goleiro. Diz que fez “esforço” de uma proposta para o ídolo encerrar a carreira e não houve acordo. Nada esclarecido. Fábio garante que aceitou redução de salário e que sentiu hostilidade no tratamento. Faltou sensibilidade. Nem precisa revirar tanto as gavetas para perceber que Fábio não pulou do barco, apesar de ter, dizem, dez milhões para receber do clube. Ele queria um ano de despedida, é a imagem mais respeitada do momento pelo torcedor e o termo virar a página utilizado na coletiva sobre o assunto, deixou claro, quem foi duro na conversa.


Daí em diante a coisa só piorou. Ronaldo afirmou que a cada dia abre uma gaveta e que dela sai surpresa negativa. Nos últimos três anos o clube contraiu uma dívida bilionária, bem-vindo ao mundo, todos já sabiam. Que o Cruzeiro é um paciente em estado grave na UTI. O momento é de ações impopulares e a solução é gastar só o que arrecada e no orçamento, as receitas dos dois próximos anos, já foram gastas. De imediato, janeiro, tem que pagar 23 milhões de reais para evitar o transfer Ban e sofrer punições. No atual biênio serão necessários pagar 140 milhões em dívidas para evitar punições.


Existe a chance de pular fora do Titanic, mas Ronaldo insiste em evitar o tema com as promessas de voltar a elite do futebol brasileiro e pedir ajuda para a torcida. Não existe cronograma de aporte financeiro. Não há nada além de vasculhar gavetas e cortar custos. Venderam para o torcedor que a SAF era solução com baldes de recursos e nada disso é verdadeiro. Ronaldo comprou uma dívida de mais de 1 bilhão de reais por modestos 400 milhões em parcelas. Não foi bom negócio para ele, para o Cruzeiro e para o torcedor. Porém, não se desesperem. Milagres acontecem.

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