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  • Foto do escritorFutebol em Rede

Conheça o "brasileiro" Abel Ferreira

Ele chegou de mansinho e foi conquistando títulos. Também por causa da estrutura de um elenco já montado e de um clube equilibrado financeiramente. Muito acima, inclusive, do seu ex, o Paok grego. Abel Ferreira é o técnico mais ganhador dos últimos tempos no país juntamente com Jorge Jesus, que deu a mesma "sorte" de assumir um Flamengo em grande momento e de Cuca, num Santos combalido e num Atlético Mineiro com muito dinheiro para gastar. Isso facilita para o treinador? As vezes sim, às vezes, não. O futebol é cheio de armadilhas para o bem e para o mal.



Com o tempo Abel Ferreira vai se tornando mais "brasileiro". Ele já enfrenta o nosso calendário, reclama quando pode, mas não sabe quando será equacionado. Talvez com a criação de uma Liga, que afastaria a nefasta CBF dos Campeonatos, pudesse haver uma saída, mas os clubes estão pendurados na CBF por interesse próprio e não do futebol. Meu caro, Abel, você está batendo em ferro frio.



Abel reclama que não tem tempo para treinar, só para recuperar jogadores de um jogo para outro e percebe que os técnicos brasileiros vivem esse mesmo dilema há muito tempo. Percebeu também que talvez eles não sejam tão ruins como dizem por aí. Talvez os técnicos brasileiros natos sejam apenas sobreviventes de uma realidade cruel que vai moendo um a um e rebaixa a qualidade no geral.



Ou seja, Abel não descobriu a pólvora. Essa é uma realidade brasileira de muito tempo e talvez se explique porque o brasileiro joga bem o futebol no exterior e joga mal aqui. Quantos brasileiros se destacaram mundo afora nesse fim de semana? Aqui talvez não conseguissem. Há muitos anos se discute esse assunto e a coisa só piorou. Mas agora quando o novo "brasileiro" Abel Ferreira fala parece uma descoberta rara. Como um técnico vencedor é bom que fale, repercute e talvez haja um movimento a favor de todos. Duvido, mas torço para que aconteça.



A frase de Abel sobre a recuperação dos jogadores também foi dita por Seedorf quando jogou no Botafogo. Ele saiu daqui impressionado com duas coisas. Como surgem novos jogadores todos os dias e como se recupera atletas de um jogo para outro. Assim como Abel, Seedorf percebeu que o brasileiro sobrevive dando um jeitinho. Somos autodidatas por excelência. É assim que sobrevivemos nos mais variados segmentos desse país. Bem-vindo ao Brasil "brasileiro", Abel Ferreira. Aqui a Pós-Graduação não é teoria, é prática todo o dia. Você tem sorte de estar num clube estruturado. A grande maioria enxuga gelo diariamente.





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