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  • Foto do escritorFutebol em Rede

Capítulo 3: 2006, a Copa sem volta. Dia triste quando o bom "palhaço" morreu.


É ano de Copa e então vou escrevendo algumas histórias sobre nossa cobertura na Alemanha-2006. Já teve o primeiro capítulo com as "trapalhadas" na ida e o segundo com a caça a Bilardo, técnico campeão do Mundo pela Argentina, em 1986, que fugia da gente como o diabo da cruz porque o seu cachê sumiu na mão de alguém do seu staff. Ele achava que o calote era da gente. mas não era. Até novembro outras Copas também entrarão no nosso Radar.



O dia 17 de junho de 2006 começou como outro qualquer para nós. Era jogo em cima de jogo ainda na primeira fase da Copa do Mundo. O Brasil só jogaria no dia seguinte, em Munique, com a Austrália, jogo que venceu por 2 x 0. Na Jovem Pan houve duas transmissões nesse dia: Itália 1 x 1 Estados Unidos e Portugal 2 x 0 Irã. O centro de imprensa era na bela Munique. Rogério Assis e José Manoel de Barros transmitiram os jogos.



Mas antes disso quando chegamos ao Centro de Imprensa as pessoas começavam a comentar sobre a morte do humorista Bussunda do Casseta e Planeta, que era um estrondoso sucesso na Rede Globo. Os integrantes do Programa acompanhavam a Copa de perto com uma visão bem humorada. No primeiro momento achamos que era mais uma piada deles. "Esses palhaços não tem mais o que fazer? Agora vão brincar com a morte também? No próximo programa o Bussunda sai do caixão com a camisa de algum jogador ruim ou uma seleção desastrada da Copa". Muitos riram e nem duvidaram dessa possibilidade. Era a cara dos Cassetas aprontar algo assim.



Só que dessa vez não era brincadeira. As informações foram chegando cada vez mais claras confirmando a morte do humorista. Tinha passado mal na véspera, melhorou, não deu muita importância e naquela manhã teve um infarto fulminante. O clima mudou, havia tristeza no ar mesmo para gente como nós que não tinha tanta proximidade com ele e seus companheiros, mas que era fã do seu trabalho.



Quando se está fora do país até o Hino Nacional é mais tocante, a saudade da terra fica maior e qualquer fato relacionado com algum brasileiro mexia com a gente. Morte então nem se fala, nos pegou de jeito. Parecia ter perdido alguém da família e no fundo era isso mesmo. A imprensa quando está numa longa cobertura no Exterior se junta como família embora cada um defenda seu prefixo. É desse jeito que se faz amizades para a eternidade.



Os mais próximos de Bussunda diziam; "Só ele mesmo para aprontar essa "palhaçada" com a gente. A Copa nem acabou e resolveu ir embora sem avisar". Na verdade isso era dito com emoção, respeito e carinho. Tipo: "Por que se foi tão cedo, amigo? Que gozação é essa? Seu Palhaço". Alguns mais chegados apostavam que ele estava lá em cima rindo muito só de observar a situação. Morreu o humorista, morreu o bom "palhaço" Morreu distante de sua terra, mas bem próximo dos amigos. Foi um inesquecível dia triste. Com ele se foi muita coisa do que era a alma do Casseta e Planeta, que hoje também é saudade.





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