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André Pássaro: das ‘merrecas’ para ‘big waves’

Surfista, que teve um início difícil, atingiu o objetivo de se tornar referência em se tratando do Big Surf


O surfista André Pássaro não começou sua trajetória como Big Rider. Muito pelo contrário. Isso, realmente não aconteceu da noite para o dia. Por isso, o início foi com as ondas pequenas, as chamadas ‘merrecas’. Para se tornar um nome presente e reconhecido no Big Surf e chegar aos maiores points mundiais, André se dedicou muito, com empenho e uma grande dose de coragem.

“Tive muitas dificuldades na infância, por não ter condições financeiras e por residir num lugar com ondas pequenas, meio sem expectativa. Mas, com força de vontade e perseverança consegui superar essas e outras adversidades, passando por cima de tudo para me tornar um surfista de ondas grandes”, relata.

“Caçoavam de mim, me chamavam de medroso e ‘merrequeiro’, mas na verdade eu não tinha oportunidade de mostrar o meu potencial. Agora, sigo buscando novos desafios, com apoio e parceiros importantes que tenho ao meu lado: Red Nose, Lougge, Espaço Phisio5d, Noboru Surf Board e Educandário Creche Escola”, acrescenta Pássaro.

E, como ocorre em todo início de carreira, André se inspirou em outros surfistas e contou com o importante apoio familiar. “Quando era criança e via aqueles filmes, nunca imaginaria que fosse surfar em todos esses lugares e vivenciar tudo, por isso, me sinto realizado. Meu pai sempre foi um cara que acreditou muito no meu potencial, mesmo não tendo uma boa condição financeira, sempre queria me ver na água e arrumava um jeito de me dar uma prancha. Lembro que a felicidade dele era me ver surfando. Ficava horas na praia comigo. Me levava nos campeonatos e tentava me ajudar como podia”, declara André.

“Me inspirei em muitos surfistas quando era uma criança, mas lembro que sempre via os filmes do havaiano Garret McNamara e do brasileiro Rodrigo ‘Monster’ Resende, que eram patrocinados pela Red Nose, empresa que hoje me patrocina; as vezes nem acredito! Tinha muitos adesivos da marca colados no meu armário e hoje visto as suas roupas e peças da cabeça aos pés, além de representá-la dentro e fora d'água”, explica.

E nessa trajetória, Pássaro foi conhecendo os principais points do surf brasileiro e mundial. “Acho que o sonho de todo surfista é conhecer o Havaí, não só os brasileiros. Todos precisam ver a onda de Pipeline de perto, nem que seja do canal. Lá é realmente a arena do surf, onde o bicho pega de verdade. Na minha primeira vez no Havaí, achei tudo muito diferente da nossa realidade, pois aqui surfamos com o fundo de areia e lá é de coral e pedra”, explica.

Na terceira temporada que esteve no Havaí, Pássaro sofreu um acidente. “Bati com o rosto no coral, quando descia uma onda. É um risco de quem surfa lá, ainda mais os que são adeptos das ondas grandes”, relembra o surfista.

Os demais points que Pássaro destaca são esses: “Waimea é uma onda muito cultuada na Ilha de Oahu; Sunset Beach, que aprendi a gostar por ter uma potência absurda. Aprecio a Ilha de Maui, onde quebra a onda de Peahi (Jaws), que é muito forte e, com certeza, testa os nossos limites. Também gosto muito de surfar nas ondas de Puerto Escondido, no México, na Praia de Zicatela”, aponta o Big Rider.

“No Brasil, um dos lugares que mais gosto, com certeza, é Saquarema (RJ), na Praia da Barrinha, e tabelem a Praia de Itacoatiara, em Niterói (RJ). Além de Fernando de Noronha (PE), no Pico da Cacimba do Padre. Essas ondas quando o mar está grande são realmente potentes. Gosto muito de surfar em Rio das Ostras. Sempre que o mar sobe arrumo um jeito de ir para água e rever meus antigos amigos. Me sinto aquele moleque de oito anos que ganhou uma prancha de bico quebrado e passava a manhã inteira na praia”, complementa André.

Para o futuro, André tem mais um lugar conceituado que almeja conhecer. “Pretendo ir no ano que vem surfar a onda de Nazaré, em Portugal. Só está faltando essa praia no meu currículo. Estive para embarcar em 2020, mas não consegui autorização para entrar lá, devido aos desdobramentos da pandemia”, finalizou Pássaro.



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