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  • Foto do escritorFutebol em Rede

ALÍVIO CABULOSO


O torcedor do Cruzeiro que conviveu com fantasmas nos últimos anos, voltou a sorrir. Não é um sorriso de orelha a orelha para expor todos os dentes à felicidade. Na verdade, é um sorriso amarelo, de alívio. Tem mais importância na história gigante do clube, retornar à elite nacional, do que a taça inédita da Série B. Não importam números, recordes e qualquer alegoria. A grandeza do Cruzeiro exige alívio e não alegria. O ideal para o apaixonado torcedor é ver a Série B/2022 esquecida no arquivo morto.


O Cruzeiro é um gigante que sofreu uma implosão pela incompetência dos seus dirigentes. Noivou com a falência, frequentou páginas policiais com escândalos financeiros e foi resgatado do fundo do poço por Ronaldo Fenômeno, um ídolo mundial que vestiu a camisa do clube no início da carreira, por meteóricos dois anos e ganhou, em campo, um estadual e uma Copa do Brasil. Coincidência, o mesmo que conquistou pelo Corinthians.


O que Ronaldo fez em menos de um ano no Cruzeiro foi um milagre esportivo. Trouxe um treinador inexperiente, jovem e uruguaio. Juntou um elenco barato e de desconhecidos. Teve resultados surpreendentes. Resgatou o sentimento da torcida e de quebra, com sua imagem, deu confiança aos credores e conseguiu dinheiro. Sorte de principiante ou não, a experiência de comandar um time no combalido futebol brasileiro, começou bem.


Ser campeão com sete rodadas de antecedência na Série B, não deve iludir ninguém. Mesmo com bom número de times tradicionais, a competição foi fraca. Nem o mais fanático cruzeirense arriscaria disputar a elite com o elenco atual. O verdadeiro teste para o uruguaio Paulo Pezzolano será manter o Cruzeiro de pé na próxima temporada e para Ronaldo Fenômeno o desafio será muito maior do que o inaugural. Agora, é preciso resgatar a imagem do clube entre iguais, vencedores.


Quando Diogo Medeiros inventou o apelido Cabuloso para o Cruzeiro, teve inspiração nas conquistas. Duas Libertadores, quatro Brasileiros, seis Copas do Brasil e dezenas de estaduais. Cabuloso porque causava medo nos adversários. No sentido coloquial da palavra ou informal, Cabuloso, significa trazer azar. Os sinônimos, indesejável ou desagradável, ´parecem perfeitos para a fase ruim que surgiu após o nascimento do apelido.


O que o torcedor espera é que sejam proféticas as palavras do hino do clube, letra de Jair Ambrósio. “Eu vivo cheio de vaidade, pois na realidade é um grande campeão. Cruzeiro querido, tão combatido e jamais vencido”. Que a felicidade de voltar à elite seja passageira e que o sorriso amarelo, volte a ser de orelha a orelha de felicidade.



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