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APITO QUE VAI À BOCA TAMBÉM PODE IR AO BOCA

Quem avisa, amigo é.

Todo brasileiro conhece este velho ditado popular, e para o bem do Verdão é bom que seus dirigentes, treinador e atletas também o conheçam, pois esta coluna tem exatamente o objetivo de alertá-los sobre os perigos que o clube correrá nas semifinais da Copa Libertadores da América deste ano. E eu não falo apenas do adversário, um dos maiores campeões da história do torneio, mas também dos árbitros que trabalharão nos jogos em Buenos Aires/ARG e São Paulo/SP.


Explicando: não é vantagem para campeonato algum do mundo que seu campeão ou mesmo os seus finalistas sejam quase sempre os mesmos. Quando as equipes que disputam o título se repetem em um curto espaço de tempo, o interesse dos torcedores e dos patrocinadores costuma cair gradualmente. É aquele tal negócio: se meu time não tem muitas chances de levantar o caneco, por que gastar eu dinheiro indo aos estádios ou o meu tempo assistindo aos jogos? Neste caso específico, o Palmeiras esteve presente em duas das três últimas decisões (2020 e 2021) e chegou às semifinais no ano passado. Ou seja: se eliminar o Boca Juniors/ARG em 28/09 e 05/10 próximos chegará à sua terceira final em quatro anos...


No caso específico da Libertadores, há ainda um problema adicional: a superioridade do futebol brasileiro em relação ao todos os demais países do continente. Nas três últimas edições, só deu Brasil na disputa pela taça: Palmeiras x Santos, em 2020; Palmeiras x Flamengo/RJ, em 2021; e Flamengo/RJ x Atlético/PR, em 2022. E como agora, em 2023, já temos garantida a presença de um representante tupiniquim na grande final (Fluminense/RJ ou Internacional/RS), as chances de mais uma ver a decisão for totalmente verde/amarela é de 75%. Em outras palavras: a “mesmice” pode se repetir, e também neste sentido isso não é interessante para a Conmebol.


E o que devem fazer os representantes palmeirenses para evitar tal situação? Em primeiro lugar, deixar bem claro que não admitirão nenhuma interferência de arbitragem de campo ou de vídeo que seja indiscutivelmente prejudicial à equipe (como a que tomou o árbitro uruguaio Esteban Ostojoch nos últimos instantes do jogo de volta das semifinais do ano passado, quando interrompeu a partida no momento em que Gabriel Menino já se preparava para concluir, de dentro da grande área, e possivelmente marcar aquele que seria o gol que geraria a disputa de pênaltis apenas para que um atleta do time paranaense fosse atendido por sentir... câimbras!).


Outra ação é preparar sua comissão técnica, seu treinador e seus atletas a não caírem no antijogo e nas provocações dos “hermanos” e, se existirem, também nas decisões propositadamente equivocadas dos árbitros.


Mas o que o alviverde mais pode fazer para impedir que interesses extracampo impeçam sua presença no Maracanã em 04/11 é aquilo que mais ele sabe: jogar futebol. Na bola, mesmo com toda a tradição, o time argentino é bastante inferior e, se nada de muito estranho ocorrer, assistirá à final pela TV.


O apito sempre vai à boca. Cabe ao Palmeiras, com sua superioridade técnica, impedi-lo de ir também ao Boca.

­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br.



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