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TAMANHO NÃO GARANTE NOBREZA


O Flamengo/RJ é o maior clube do Brasil, e não me refiro apenas ao futebol que vem jogando.

Sei que esta frase é polêmica e certamente me renderá uma baita saraivada de críticas, mas é a mais pura expressão da verdade. E sabem por quê? Porque de cada 100 brasileiros que acompanham diariamente o futebol, 20 torcem pelo clube carioca. Os dados são da mais recente pesquisa realizada pelo IBGE, divulgada no fim de agosto passado, que em números absolutos informa que nada menos do que 42.663.527 brasileiros teriam um desgosto profundo se faltasse o Flamengo/RJ no mundo.

Só para se ter uma ideia do que isso representa, basta dizer que o rubro-negro tem 12.799.058 torcedores a mais do que o segundo colocado, o Corinthians/SP, e supera em incríveis 34.130.822 seu maior rival, o Vasco da Gama/RJ (quinto na classificação geral e atrás, também, de São Paulo/SP e Palmeiras/SP, pela ordem).

O problema é que estar, em termos de popularidade, acima de todos os demais times do País acaba, vira e mexe, fazendo com que os dirigentes rubro-negros tenham a mais absoluta certeza de que possuem o direito de desrespeitar todos os seus adversários, como se viu recentemente no problema da presença ou não de torcedores nas arquibancadas.

Mesmo obtendo tal direito de forma legal, via liminar na Justiça, o clube da Gávea pisou no acordo que as principais equipes brasileiras haviam feito anteriormente, e pelo qual combinaram que o público só voltaria quando todas as cidades em que se realizariam as partidas estivessem liberadas para tanto. E o pior é que nem a CBF e nem o STJD, inicialmente, se posicionaram contrários à tal postura.

Foi preciso que os demais 19 participantes da Série A do Brasileirão batessem o pé e ameaçassem não entrar em campo para que a diretoria flamenguista recuasse em sua posição e aceitasse a decisão da maioria. Alguém de Marte ou de Júpiter que caísse de paraquedas na Terra, certamente pensaria que o atual bicampeão brasileiro precisa de sua imensa torcida para vencer seus jogos.

Este tipo de comportamento deixa bem clara a forma como pensam e agem os atuais mandatários do Flamengo/RJ. Para eles, o que importa é que toda e qualquer vantagem seja obtida, e que se dane o fato de que em quase todos os municípios brasileiros ainda não se possa assistir a um jogo de futebol nas dependências dos estádios. Rodolfo Landim, que hoje preside o clube, e sua diretoria provaram o total desrespeito em relação a todos os seus adversários e também à isonomia, algo que deve reinar sempre que há algo em disputa. A estes dirigentes faltou dignidade.

Na semana que vem, um novo Conselho Técnico da CBF decidirá se teremos ou não a volta da galera já neste Brasileirão. Seja qual for a decisão que vier a ser tomada, espera-se que ela seja equânime e que não favoreça ninguém.

Mesmo que este “ninguém” seja o maior clube do Brasil.

Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 33 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP, além de outros órgãos. Há 15 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br



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