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Paulista quer voltar em julho


A Federação Paulista de Futebol deu início ao processo de retomada do futebol no Estado. Tudo foi colocado no papel e enviado aos clubes, com o cuidado de não revelar data, nem soluções que deveriam ser obrigatórias e de responsabilidade da entidade. Pressionados, os clubes só receberam uma pequena parte do contrato de transmissão da competição, aceitaram a proposta, sem discutir detalhes e seguem com o faz de conta de que a vida é mais importante.


Na prática, assolados em dívidas e com o pires na mão, grandes e pequenos, estão dispostos a seguir o plano cartorial da Federação. No esquema de volta foi elaborado um documento com “exigências” para a retomada. Não é um protocolo independente, parece uma cópia simplificada do que já vem sendo adotado em vários lugares. Faltam 24 jogos para o encerramento da disputa e a previsão é retomada em julho, com o mês de junho para testes e treinamentos.


A única ajuda prática da Federação foi um acordo para a realização de testes que deverão ser executados antes dos treinamentos e antes dos primeiros jogos. Alguns clubes perderam o elenco e entre acordos com ex-jogadores e novas inscrições, poderão ter o que colocar em campo para cumprir o contrato de transmissão e salvar finanças. Todos pelo documento da Federação terão isolamento em Centro de Treinamento ou Hotel. Porém, existem clubes que não tem CT, deverão alugar ou fazer acordo para uso.


A Federação deveria pagar essa despesa dos clubes menores, bem como auxiliar na remontagem dos elencos, mas prefere ser um cartório, do que colocar a mão na massa. Só serão permitidas 38 pessoas de cada delegação nos jogos. Obrigatório uso de máscaras e o confinamento vale até o fim da participação dos clubes na competição. Como adora um marketing, está previsto que serão feitos vídeos de conscientização e educação para a população por jogadores e clubes.


As omissões no tal documento são mais interessantes do que os dados divulgados. Existem estádios que por estarem em regiões críticas não poderão ser utilizados. Exemplo, Vila Belmiro em Santos. O Santos pode fazer jogos em Barueri. Bruno José Daniel em Santo André, virou hospital de campanha. O Santo André procura palco para seus jogos. Até onde sei, são os clubes que negociam as mudanças e a Federação cartorial aprova.


Ninguém, nenhum documento explica, de quem será a responsabilidade de um caso grave dentro do esporte. Também não foram divulgados protocolos e critérios em caso de um teste positivo dentro do elenco. Quantos ficariam isolados e o que acontece se um clube não puder entrar em campo. Não teremos torcida, serão jogos com portões fechados e as cotas de TV são o motivo para a retomada. O cartório não esclarece muito os detalhes.


A Federação Paulista, que é apontada como a mais organizada, não optou por um papel de liderança diante da crise. Não põe a mão no bolso para ajudar, faz acordos para testes, mantém postura de detentora do poder comercial e não assume responsabilidades. Culpa dos clubes. A Federação só existe por causa dos clubes. Soluções cartoriais não precisam de uma entidade. Bastava um encontro de advogados e um office boy para levar o acordo para ser registrado num cartório. Sairia mais barato para todos.

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