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“O TEMPO PASSA, TORCIDA BRASILEIRA”



A frase é inesquecível àqueles que amam o futebol.



Era desta forma que Fiori Gigliotti, um dos mais competentes narradores da história do rádio brasileiro, informava quanto tempo do jogo já havia sido decorrido. E o mais engraçado é que, quando o time da gente estava ganhando, tinha-se certeza de que ele, o tempo, não passava de jeito nenhum; mas quando nossa equipes estava perdendo, o danado parecia voar mais rápido do que o Concorde, o avião mais rápido do mundo.



Lembrei-me do querido locutor, a quem tive o prazer de conhecer pessoalmente, analisando a atual situação do Corinthians. Não, não me refiro aos inúmeros e talvez até mesmo insolúveis problemas extracampo que o clube enfrenta já há muito, e que parecem piorar a cada dia. Falo do que acontece dentro das quatro linhas, e o que vejo é um reflexo de toda a desordem, de toda a falta de transparência e de toda a incapacidade que hoje reinam no Parque São Jorge. Se na Copa Sul-Americana, diante de adversários fragilíssimos, o Timão por ora se saiu muito bem, algo que se repetiu também na Copa do Brasil, o mesmo não vem acontecendo quando o bicho pega pra valer, ou seja, quando o assunto &eacute ; Campeonato Brasileiro.



Neste momento, o Corinthians soma apenas cinco pontos e uma vitória em sete jogos disputados, números que o colocam apenas na 17ª colocação na classificação geral – ou, se preferirem, abrindo a temida ZR. Claro que ainda faltam 31 partidas e, por isso, qualquer projeção de rebaixamento ao alvinegro paulista seria, neste momento, apenas e tão somente um baita de um exagero por parte de quem o fizesse. Ocorre, porém, que da mesma forma que toda grande caminhada começa com um pequeno passo, toda grande tragédia se inicia com um pequeno deslize (ou, neste caso específico, alguns deslizes).



Para piorar, o time que se vê em campo não é dos mais animadores. O português António Oliveira faz o que pode, mas milagres não parecem ser o seu forte - e olha que nome de santo ele tem. O elenco corintiano, com raríssimas exceções, é fraco, vem perdendo suas principais estrelas (Cássio, maior goleiro da história do clube, foi a mais recente) e as poucas revelações que surgem, como Wesley, ao que tudo indica também não ficarão por muito tempo. Por quê? Porque o clube está atolado em dívida, devendo a empresários, jogadores e fornecedores e precisa de grana para continuar funcionando.



E se tudo isso não fosse mais do que suficiente, ainda por cima se envolvido em um esquema de laranjas e desvio de recursos advindos de seu patrocinador principal, que aliás ameaça romper o contrato. Se isso acontecer, é possível que um dos maiores clubes do Brasil fique em uma situação pré-falimentar, o que obviamente impedirá a contratação dos reforços necessários para tirar o time da lama. Desta forma, urge ao Corinthians dar um jeito de resolver tais problemas o mais rapidamente possível.



É que todo final tem seu começo.

 


­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 35 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br.




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