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Melo não queria mais Cássio no Corinthians


Cássio já é passado no Corinthians. O goleiro gravou um vídeo de despedida do clube, em que não conseguiu esconder a emoção. Teve de se segurar para não chorar.

Foram 712 jogos, com 316 vitórias, 217 empates e 179 derrotas.

Só perde em número de jogos disputados com a camisa corintiana para Wladimir, o ex-lateral-esquerdo, um dos mentores da Democracia Corintiana, junto com Sócrates, que atuou 806 vezes com a camisa alvinegra.

Era um sonho de Cássio superar esta marca e ultrapassar o Wladimir.

Não conseguiu.

Teve de sair.

Augusto Melo, o atual presidente do clube, não queria que Cássio continuasse no Corinthians. Ele, Melo, jamais vai admitir isso. Mas Cássio percebeu que o atual presidente não o queria no CT Joaquim Grava.

Aliás, nem o profissional que deu nome ao CT corintiano, o médico Joaquim Grava, suportou a avalanche comandada por Augusto Melo e sua turma e também já não faz mais parte do grupo de profissionais do clube.

Foi demitido do cargo de consultor médico do clube.

A avalanche de Melo varreu também do clube o zagueiro Gil, o volante e meia Giuliano, o meia Renato Augusto e o lateral-esquerdo Fábio Santos, que aproveitou a demissão para encerrar a carreira de jogador e virar comentarista da ESPN.

Gil e Giuliano foram para o Santos.

Renato Augusto para o Fluminense.

Fagner terá o mesmo fim assim que seu contrato terminar.

Paulinho só não foi embora porque estava lesionado. Por lei, o clube não podia dispensá-lo.

O ambiente, como se nota, não era mais favorável para Cássio, um dos líderes do elenco.

A tensão contribuiu e muito para que o rendimento técnico de Cássio nos jogos fosse afetado.

Ele começou a falhar.

O péssimo futebol mostrado em campo pelo time colaborou para que o rendimento de Cássio também piorasse.

Perdeu a posição para o novato Carlos Miguel.

Surgiu a proposta do Cruzeiro.

O clube mineiro lhe ofereceu um contrato de três anos. Seu vínculo com o Corinthians iria até o final do ano. Tentando conter a fúria da Fiel Torcida que, em sua maioria queria a permanência do goleiro, Augusto Melo propôs que o contrato de Cássio fosse renovado por um ano.

Ao perceber que o interesse do Cruzeiro era real, Melo decidiu aumentar o tempo de contrato oferecido a Cássio para dois anos.

A proposta era apenas uma nuvem de fumaça.

Mas a decisão de Cássio já estava tomada.

Na tarde desta sexta-feira (17/05), ele gravou o vídeo de despedida.

Augusto Melo não conseguiu esconder a satisfação.

Disse que a decisão de romper o vínculo com o goleiro foi boa para Cássio e para o Corinthians.

Argumentou também que o salário de Cássio é alto e, com o rompimento do contrato, o Corinthians vai economizar em torno de R$ 8 milhões.

Resta saber qual será a reação da torcida corintiana se Carlos Miguel começar a falhar. Sábado, contra o Flamengo, o jovem goleiro falhou em um dos gols na derrota por 2 a 0.

Mas, para Augusto Melo e sua diretoria, o que importa mesmo é tirar do clube todos os jogadores e funcionários, como Joaquim Grava, que eram ligados à diretoria anterior, presidida por Duílio Monteiro Alves, derrotado por Melo na eleição.

Ganhar a eleição não bastou para Augusto Melo.

Ele está disposto a tirar do Parque São Jorge e do CT do clube todos e todas que tinham vínculos de amizade profissionais com Duílio e seus parceiros.


Wladimir Miranda cobriu duas copas do mundo (90 e 98). Trabalhou nos jornais Gazeta Esportiva, Diário Popular, Jornal da Tarde, Diário do Comércio e também na Agência Estado. Iniciou no jornalismo na Rádio Gazeta. Trabalhou também na TVS, atual SBT. Escreveu dois livros,de grande aceitação no mercado editorial: O artilheiro indomável, as incríveis histórias de Serginho Chulapa e Esconderijos do futebol. 

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