top of page
  • Foto do escritorFutebol em Rede

INEVITÁVEL QUEDA DO BOTAFOGO


A queda do Botafogo no Brasileiro foi a bola mais cantada da temporada. Para o torcedor do Glorioso é triste reconhecer, mas em campo e fora dele os sinais foram bem claros. Uma crise financeira que chegou a ser chamada de falência por ex-presidente. Quatro treinadores na temporada, um sequer chegou a assumir de verdade. Contratações de “estrelas” sem critérios. E troca de comando no clube. Parece receita de bolo, mas foi o roteiro da terceira queda do Botafogo para a série B.


Comparar o Botafogo com o Cruzeiro pela crise financeira é inevitável. A diferença é que no clube carioca o escândalo foi anunciado pelo ex-presidente Carlos Augusto Montenegro. Ele anunciou após atrito de gestão no clube, a situação era tão grave que teve que comprar bolas para treinos e faltava dinheiro para o básico, água e luz. Chamou o clube de falido e apelou para plano B para transformar o Botafogo em S/A. Pura ilusão. Abrir ou vender o Botafogo para fazer dinheiro, não é solução. Na Bolsa de Valores com ações em baixa, não iria entrar nem metade do necessário.


No meio do percurso foi eleito Durcesio Melo, aliado e amigo de Montenegro. Não é um mecenas pronto para resgatar o clube do buraco, mas me pareceu ter pés no chão. Falou em gerir a dívida, procurar dinheiro novo e deu sinais de que não aposta na S/A como salvação. Ajudou a cometer erros no percurso final da queda. Nem ficou no estádio após a derrota para o Sport. Deu sinal constrangedor de um comandante, que abandona o navio no naufrágio e não ajuda a socorrer as vítimas.


Incrível que mesmo num cenário desolador financeiramente, os dirigentes apostaram em estrelas decadentes como Honda (japonês) e Salomon Kalou (marfinense) como solução internacional para levantar o clube. Com salários atrasados, não foi prudente. Um roeu a corda e o outro é um dos salários maiores do elenco. Segundo colegas de imprensa, foram 25 contrações. Faltou critério. Em nenhum momento chegou-se a um time. Para piorar quatro técnicos na temporada, um nem chegou a assumir, o argentino Ramon Diaz.


Após o naufrágio foram anunciadas as dispensas do treinador Eduardo Barroca e do gerente Tulio Lustosa. Acena-se com dispensa no elenco e diminuição da folha salarial, hoje 2,4 milhões de reais. Vai cair ainda mais a entrada de dinheiro com a queda para a série B. O trabalho para não falir de verdade terá que ser grande. Apostar na base no primeiro momento e rezar por vacina para trazer de volta os torcedores, os primeiros milagres esperados.


O Botafogo terá que ser herói a cada jogo como Lamartine Babo pede no hino do clube para tentar se levantar. A série B não será fácil como nas outras passagens por lá. Hoje o buraco é maior, os adversários mais difíceis e a crise financeira mais preocupante. Que tua estrela solitária te conduza como no hino. Quem sabe, os deuses do futebol podem estar escondendo em algum canto: Garrinchas, Nilton Santos, Jairzinhos, Mangas ou qualquer gênio para ajudar nessa hora. Tomara!!!

bottom of page