Olá amigos!
Para devolver ao craque Dudu a camisa 7, que é da sua predileção e superstição, o Palmeiras inscreve Rony com a 10. Assim Dudu fica mais à vontade do que usar a 4+3 como vinha acontecendo desde a sua volta ao Palestra, meio que na base do quebrar o galho e fazer a soma 4+3 = 7.
A primeira vez que numeraram as camisas foi em 1933 num jogo na Inglaterra, decisão da Copa da Inglaterra com vitória do Everton 3 a 0 contra o Manchester City. O Everton usou as camisas de 1 a 11 e o City, de 12 a 22. Os dirigentes da época acharam a ideia boa, pois facilitava os relatórios das irregularidades e vida dos julgadores nas penas a serem aplicadas.
A FIFA na Copa de 50 no Brasil, de triste memória para nós brasileiros com a virada do Uruguai para 2 a 1 e ficando com o título, tornou obrigatória a numeração das camisas em todas a partidas de futebol no mundo inteiro.
Curiosamente, no Brasil, desde 1947 os clubes começaram a usar números, mas de acordo com as preferências e superstições dos atletas ou dos treinadores.
Aí, a “10” acabou se consagrando quando com base no posicionamento dos jogadores em campo, Pelé foi sorteado com a camisa 10. Ele, o melhor jogador da história do futebol mundial, consagrou a 10, que virou adjetivo de MELHOR. O “10” virou indicativo de “the best”, como se usa em todo o mundo.
Pois bem! Justificando o título do comentário: ESTÁ EM “XEQUE MATE” O MITO DA CAMISA 10, para atender o mito da “7” para o Dudu, surpreendentemente a “10” passa a ser do Rony. Sabe-se que ele é boa gente, esforçado, bom parceiro e amigo da boleirada. Mostra-se humilde nas entrevistas e é bem coordenado. É do bem!
Na bola rolando tem os seus altos e baixos. Muita velocidade, garra, não se entrega nunca. Ás vezes jogadas de craque, outras vezes de “perna de pau”. Faz gols incríveis e perde outros que até barrigudos dos “casados vs solteiros” fariam.
Então, puxando pela memória, lembrei-me de vários craques que vestiram a CAMISA 10 D0 MANTO SAGRADO ALVIVERDE.
Primeiro nome, claro, Ademir da Guia, o Divino. A sua história está escrita em ouro no Palestra e eternizada em estátua no “Palestra Itália”. A torcida palmeirense elegeu-o até vereador em São Paulo. Foi injustiçado na Seleção de Zagalo em 74. Tem o recorde de jogos no Palmeiras: 902 partidas. Com 155 gols é o terceiro maior artilheiro da história, atrás de César Maluco (182) e Heitor (317). Conquistou 11 títulos importantes na careira.
Puxando pela memória alguns dos mais famosos que vestiram a “10”:
Na década de 40, Eduardo Lima, o Garoto de Ouro, meu ídolo de infância. No final de 49 e até 55, Jair Rosa Pinto, capitão do time na conquista da Copa Rio de 1951, o primeiro Mundial de Clubes, queiram ou não os torcedores de outros clubes. Esse título restabeleceu o orgulho do torcedor brasileiro depois da perda da Copa de 50 contra o Uruguai.
Servílio de Jesus, Tupãzinho, Chinesinho, Rivaldo, Leivinha, Zinho, Alex, Jorge Mendonça, Djalminha – que me lembre – também foram destaques dessa “10”.
E, no mundo da bola, quantos “10” tiveram esse número nas costas, significando serem os melhores. Aqui, é só lembrar Rivelino, Zico, Pedro Rocha, Dirceu Lopes e muitos outros.
Então, voltando à escolha de Rony, desejo-lhe muita sorte e sucesso.
Tomara que esteja psicologicamente preparado para o fardo e surpreenda a todos com muitos gols e boas atuações.
A ele a minha torcida.
E, para finalizar o tema da “CAMISA 10”, lamentei muito o falecimento do querido amigo e excelente narrador da EQUIPE 1040 da saudosa Rádio Tupi, Haroldo Fernandes, o HOMEM DA CAMISA 10 , que encerrava os jogos com a frase "QUEM GANHOU, GANHOU, QUEM NAO GANHOU NÃO GANHA MAIS"! Estava com 92 anos. Nome de ouro na história do Rádio Esportivo do Brasil. Muita saudade de você.
Um abraço.
Lucas Neto
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