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  • Foto do escritorFutebol em Rede

DILEMA, ERROS E SOLUÇÕES NO SANTOS


O Santos vive um dilema. Afundado em crise financeira, elegeu Andrés Rueda ( Foto - @portalmeupeixao ) como presidente para tentar recolocar o trem no trilho. Cheio de dívidas e ameaças até da FIFA, a prioridade é a questão financeira. Boas notícias vieram. A fila de devedores diminuiu um pouco, as ameaças de retaliações por não pagamento saíram das manchetes dos jornais, mas o futebol, locomotiva do clube, oscilou. Não é só culpa do presidente, mas um efeito da crise administrativa do clube.


Milagres acontecem no futebol. Mesmo afundado em dívidas, o Santos fez bonito. Foi vice-campeão brasileiro em 2019 com Jorge Sampaoli, disputou a final da Libertadores de 2020 com Cuca, mas enquanto as dívidas cresciam, os erros no futebol apareciam. Jogadores saltaram da barca em busca de melhores salários. Durante dois Campeonatos Paulistas, o Santos lutou contra o vexame do rebaixamento. Repor jogadores e comissão técnica virou uma aposta de alto risco.


Caixa limitado, a ideia insana de que raios brotam na baixada santista e escolhas erradas ou inseguras de treinadores, tiveram peso para a situação atual. Desde o início da gestão Rueda, dois brasileiros e dois argentinos assumiram o clube. Ariel Holan chegou como técnico de hóquei que deu certo no futebol. Ficou dois meses no cargo. Tentaram Fernando Diniz que veio em baixa do São Paulo, risco alto de pressão, e Fabio Carille, após período de esquecimento no mundo árabe.


A aposta gerou a contratação de Fabian Bustos, treinador argentino, e a referência foi seu trabalho no fraco futebol equatoriano. Era desastre anunciado. O Santos está milhares de quilômetros de distância em importância se comparado ao Barcelona de Guayaquil e um universo de distância do Delfin. Para piorar, Bustos indicou jogadores de sua confiança no seu restrito mundo equatoriano. Conseguiu sobreviver a trinta jogos. Tomou uma chinelada do Corinthians na Copa do Brasil e a eliminação para o modesto Deportivo Táchira na Sul-Americana.


O comando do futebol estava nas mãos de Edu Dracena, um bom nome para o futuro, mas veio de um Palmeiras onde o cheque era poupudo para um Santos onde contam-se as moedas. Teria que ter sorte, além da competência, para apostas certeiras, sem a chance de um erro. Dizem, que essa é a prioridade, encontrar um executivo para dar a cara ao tapa, sem recursos e com uma disposição de feiticeiro para curar as feridas no futebol. Vai ser difícil.


Uma das chagas do Santos é acreditar, de verdade, que a qualquer momento vai aparecer um Pelé, um Neymar ou um raio qualquer para resolver os problemas. Nem sempre será assim. Desta vez os raios vieram na posição de goleiro. Um ou outro garoto, pode até ajudar, mas são pedras brutas desta vez. Terão que ser trabalhados, lapidados e necessitam de jogadores parrudos para dar sustentação. Não se acham jogadores desse porte, procurando por conchinhas na praia.


Criatividade no futebol não tem relação com sucesso. Muitas vezes, o uso da criatividade serve para encobrir ou acomodar situações. Exemplo: trouxeram um ídolo, Giovanni para dois jogos como auxiliar tampão. Vão expor um ídolo do clube como isca para os tubarões. Não há plano, chefe e comandante. Para fazer isso não precisa de Comitê de Gestão, basta um carnavalesco.


Voltemos ao dilema. Rueda precisa fazer um esforço e dar ao futebol, a credibilidade que tenta dar à gestão financeira do clube. É hora de escolher o caminho da próxima temporada. O Santos já fez isso no passado. Sem dinheiro, apostou em Chico Formiga, Pepe, Cabralzinho e até Emerson Leão. Nomes com conhecimento para comandar uma virada. Gente que saiba lapidar pedras brutas e entregar resultados. Nada de apostas baratas ou caras para ilustrar o futebol.



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