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CERTAS VERDADES NÃO SÃO FÁCEIS DE OUVIR


Caro são-paulino: minhas sinceras desculpas.

Sempre tenho por objetivo inicial adotar como tema desta coluna algo positivo àqueles que formam o público-alvo do texto. Ocorre, porém, que infelizmente nem sempre é isso que acontece. Por exemplo: o que de bom poderia escrever ao referido torcedor após o fiasco do último sábado?

Não dá, gente, simplesmente não dá. Em meu ponto de vista e de acordo com a forma como entendo o futebol, até se pode aceitar que um dos maiores times da América do Sul, que dentre seus inúmeros títulos conta com três Copas Libertadores da América, perca um jogo ou até mesmo uma vaga em alguma fase decisiva de uma competição para um adversário infinitamente inferior, historicamente falando. Mas não dá para engolir que uma equipe tricampeã mundial seja derrota em uma final de torneio, ainda que de menor expressão, por um time do Equador. Para mim, é como se o poste tivesse feito xixi no cachorro.

Como todos já sabem, a perda da Copa Sul-Americana para o Independiente del Valle/EQU representa bem mais do que apenas mais uma dentre as inúmeras derrotas que o São Paulo tem sofrido nos últimos 10 anos. Se a taça tivesse sido conquistada, a agremiação que pelo menos por enquanto é dirigida por Rogério Ceni já estaria garantida na fase de grupos da próxima Liberta, teria a certeza do recebimento dos valores pagos pela Conmebol e da arrecadação de ao menos três jogos no Cícero Pompeu de Toledo. Além disso, saberia que só começaria a disputar a Copa do Brasil a partir da 3ª Fase, o que garante mais tempo de descanso e de treinamento, já que são evitadas viagens normalmente longas.

Mas como o troféu ficou só na vontade, o time do Morumbi terá que lutar para conseguir pelo Brasileirão uma vaga na próxima edição do mais importante campeonato da América do Sul. Se não obtiver tal façanha – ou seja: se não terminar entre os seis primeiros, terá de disputar a chamada “Pré-Libertadores”, o que significam quatro jogos a mais logo nos primeiros dias da temporada. E pode ser ainda pior: se acabar a competição nacional a partir da 9ª colocação, terá de disputar a Copa do Brasil deste sua etapa inicial.

Sei que a galera tricolor deve estar morrendo de raiva deste colunista. Então, amenizo um pouco todo este drama: se a lógica prevalecer, o São Paulo garantirá uma vaga na próxima Libertadores, ainda que em sua fase inicial. Explico: faltam 10 jogos para o término do Brasileirão e, destes, apenas dois lhe serão provavelmente muito difíceis: Palmeiras (na Arena Barueri) e Fluminense/RJ (no Maracanã). No Morumbi, o Tricolor receberá Botafogo/RJ, Coritiba/PR, Atlético/GO (adversários que deverão ser superados sem maiores problemas), além der Atlético/MG e Internacional/RS. E, além de visitar o Verdão e o Tricolor das Laranjeiras, o “Trikas” pegará fora de casa América/MG, Juventude/RS (já praticamente rebaixado) e Goiás/GO. Fazendo uma projeção de pontos, creio que a equipe somará mais 16 pontos que, somados aos 37 que já tem, resultarão em 53, quantidade mais do que suficiente para garantir um lugar no G-8 e a consequente vaga na Liberta.

Viu, torcedor são-paulino? Certas verdades não são fáceis de ouvir. Mas outras soam como lindas canções ao ouvido.

­­­­­­­­­Márcio Trevisan é jornalista esportivo há 34 anos. Escritor com cinco livros publicados, começou no extinto jornal A Gazeta Esportiva, onde atuou por 12 anos. Editou várias revistas, esteve à frente de vários sites, fez parte de mesas redondas na TV e foi assessor de Imprensa da S. E. Palmeiras e do SAFESP. Há 17 anos iniciou suas atividades como Apresentador, Mestre de Cerimônias e Celebrante, tendo mais de 450 eventos em seu currículo. Hoje, mantém os sites www.senhorpalmeiras.com.br e www.marciotrevisan.com.br. Contatos diretos com o colunista podem ser feitos pelo endereço eletrônico apresentador@marciotrevisan.com.br



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