Casos do futebol: Maradona x Niquinha. Assim que terminou a Copa de 86, no México, vencida pela Argentina com um show de Maradona, o futebol brasileiro ainda sangrando pela desclassificação nos pênaltis contra a França tentava voltar à vida normal. A campanha do Brasil tinha sido boazinha, poderia ter passado pela França, mas não deu. Sobraram críticas e poucos elogios. Até porque para o brasileiro se não vencer não serve, nem vice a gente aceita bem. É como se ganhar Copa fosse a coisa mais fácil do Mundo.
Dias depois iam jogar no Pacaembu, Corinthians e América de São José de Rio Preto, então dirigido pelo técnico boa gente e folclórico João Avelino. O falecido Jota Hávila, ex-repórter e apresentador, que já navegava pelos mares da Publicidade e Marketing no futebol, resolveu ir ao jogo e convidou o velho amigo José Candido Sotto Maior, o técnico Candinho. Jota era de Rio Preto e queria prestigiar o seu Ameriquinha.
No Estádio, Jota desceu com Candinho para os vestiários para cumprimentar o velho amigo Avelino. Chegando lá deu de cara com João em frente a um altar com dezenas de velas acesas e pedindo proteção a todos os Santos, orixás ou coisa que o valha para não perder o jogo.
Quando viu aquilo, Jota ficou nervoso: "João, o mundo mudou. Respeito suas crenças, mas estou vindo da Copa do Mundo, lá o Carlos Bilardo, campeão com a Argentina, trabalha taticamente, tem ajuda da ciência, analisa vários dados para escalação. Você ainda está nessa de acender velas para ganhar o jogo. Para com isso"
João Avelino não se fez de rogado: "Jota, o Bilardo tem o Maradona, eu tenho o Niquinha" Diante da bela sacada do treinador dizem que Jota Hávila e Candinho também ajoelharam e acenderam algumas velinhas. Dizem também que Niquinha jogou muito naquele dia. Que Maradona, que nada.
EM TEMPO: Quem me contou essa engraçada passagem foi o meu amigo Candinho. Ele estava lá, testemunha ocular da história.
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