A Polícia Argentina está mobilizada. O presidente Macri, ex-presidente do Boca, está preocupado com a violência das torcidas organizadas dos dois times. Primeiro jogo neste sábado, em La Bombonera, só terá hinchas da casa. No jogo da volta, no Monumental de Nuñez, que é disparado o melhor estádio da Argentina, somente os hinchas dos Milionários.
Como homem que nasceu no futebol, Macri sabe o que significa esse disputa. Se no Campeonato Argentino já é infernal, na disputa inédita de uma Libertadores, os nervos se afloram ainda mais. Não é só futebol, é disputa por uma posição política e meio de vida. O povão é Boca e os mais aquinhoados são River Plate.
Haverá cobranças e reclamações de quem perder e loas eternas aos vencedores. Se der Boca, muitos dirão que foi por causa do presidente do país. Se houver erro de arbitragem, então, sai de baixo. O prejudicado irá até o Vaticano para demonizar o vencedor.
Há uma chama explosiva no ar. O pavio é curto demais. Não sei se o jogo acabará no campo. Os dois times historicamente já se engalfinharam em guerras monumentais, sem nenhuma analogia com o nome do estádio do River. Já houve provocações gratuitas de todos os lados.
Espera-se que alguém de bom senso comece a baixar o fogo para que tenhamos um jogo histórico como se propõe e uma final de Libertadores digna do currículo dos dois grandes times. É o típico jogo que eu gostaria de cobrir como repórter, mas não sei se seria uma boa aparecer na arquibancada como torcedor. É preciso cuidados especiais, mesmo que fosse neutro nesse caso.
Que o árbitro chileno Roberto Tobar faça a melhor atuação da sua vida. Que o VAR seja usado com discrição e honestidade e que seja mesmo um grande jogo. É a última vez, pelo menos por enquanto, que a decisão da Libertadores será em dois jogos. No ano que vem será num jogo único na bela Santiago do Chile. Tomara com presença brasileira, mas até lá só resta esperar.
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