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  • Foto do escritorFutebol em Rede

BACALHAU COM CEBOLA


O futebol tem algumas regras básicas, “verdades” que muitas vezes fazem sentido e despertam polêmicas. Uma dessas verdades: “Time que está ganhando não se mexe”. Porém, nem sempre a razão vence a ansiedade. É o que acontece no Palmeiras. Mesmo sendo campeão paulista, o torcedor reclamava da pouca ofensividade do time de Vanderlei Luxemburgo. Nem o histórico do treinador no clube foi capaz de mantê-lo no cargo. Para substituí-lo, o Palmeiras aderiu à moda, foi atrás de um treinador português, Abel Ferreira ( Foto – Divulgação ).


A passagem vencedora de Jorge Jesus no Flamengo criou a imagem de que treinador português é a solução para os males do futebol brasileiro. Os treinadores locais rodaram muito, ficaram caros e são questionados pela falta de criatividade. Jorge Jesus foi uma aposta e deu certo porque pegou um time cheio de investimento, com elenco acima da média e deu sim sua contribuição mudando a forma de jogar da equipe. Fez o Flamengo vencer e evoluir. Foi como acertar na Megasena. Ora pois !! O Palmeiras também tem alto investimento no elenco. Numa comparação simplista, pode ser o caminho, descobrir outro português.


Engana-se quem aponta Otto Gloria como o percursor dos treinadores lusitanos no Brasil. Otto Gloria era brasileiro, carioca da gema, por ter dirigido a seleção portuguesa, ficou marcado na memoria de alguns como treinador português. O Pedro Alvares Cabral dos treinadores portuguesas foi Jorge Gomes de Lima, o Joreca, técnico português tricampeão paulista pelo São Paulo e que também dirigiu o Corinthians. Da década de 40 para cá, só Jorge Jesus vingou. Paulo Bento no Cruzeiro e Jesualdo Ferreira no Santos, decepcionaram.


O Vasco apostou em Ricardo Sá Pinto e o Palmeiras em Abel Ferreira. Lógico que é cedo para desacreditar na dupla. São apostas e apesar de difícil, a sorte e a Megasena dos treinadores pode dar o ar da graça. No entanto, o interino Andrey Lopes “Cebola”, fez o que o torcedor do Palmeiras sonhava. Deu ao time uma cara mais ofensiva no curto espaço que esteve no comando do time. Mudou o perfil de Luxemburgo. Usa o contra-ataque, jogadas em velocidade, fez Rony desencantar com gols e conseguiu bons resultados.


Voltemos às “verdades” do futebol. Diz a lenda: “Santo de casa não faz milagre”. Talvez a diretoria do Palmeiras tenha pensado nisso ao correr atrás de uma solução mais em moda para conduzir o time. Certamente, pesou o sucesso de Jorge Jesus. Acho que ninguém lembrou do Joreca (Jorge Gomes de Lima). Uma solução interessante seria misturar tudo no mesmo prato. Abel Ferreira, a aposta, e Andrey Lopes, o que estava dando certo. Seria interessante. O esquema tático poderia ser conhecido como Bacalhau com Cebola. Seria o tempero ideal entre o certo e o duvidoso no grande Palmeiras.


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